Como isso aqui virou o que é hoje em dia?
Baseado em um artigo jornalístico dos anos 90 sobre a cultura do "tunning", arte que tem como objetivo transformar carros comuns em verdadeiras máquinas de corrida, para fazer corridas ilegais pelas ruas de Los Angeles e de toda subcultura que isso gera, temos, em termos de marcar uma geração, talvez um dos melhores exemplos de como o início do século foi importante em tudo que temos hoje em dia.
A história segue o policial disfacado Bryan O'Connel (Paul Walker, que deus o tenha), encarregado de investigar o grupo de modificadores de carros liderado por Dominic Toreto (Vin Diesel), um cara carrancudo e de poucas palavras, que pode estar envolvido em uma quadrilha que prática roubos de carga com carros tunados. A base é simples, porém toda complexidade da trama vem do policial Bryan, que aos poucos que vai se infiltrando no grupo de Toreto, começa a desenvolver uma relação verdadeira de amizade com Dom, além de uma verdadeira paixão com Mia Toreto(Jordana Brewster), irmã mais nova de Dominic, o que o deixa dividido entre seu dever com a justiça e com seus sentimentos. A dinâmica entre os dois personagens principais, Bryan e Dom é o grande mote do filme, sao personagens completamente distintos um do outro, porém que parecem se completar conforme a trama avança, fazendo com que um aprenda com o outro, Paul Walker inclusive brilha pelo carisma em tela, mas a atuação é OK, aliás, Vin Diesel também entra nessa linha, mas o que me incomoda de fato é o quão clichê e unidimensional são a construção dos personagens secundários, tudo parece a lá um jogo de corrida de vídeo game, o que me faz pensar o quanto Velozes foi influente no gênero (quem dirá Need for Speed não é mesmo?), além de gerar uma série de filmes que tentavam, de uma certa forma, imitar a iconicidade do filme e tentar surfar na onda daquilo que Velozes e Furiosos fez primeiro.
A história do filme é rasa, temos uma gangue de orientais que com 10 segundos de tela, você ja entende toda a trama, apesar do filme se vender também como uma narrativa de investigação, toda a orquestragem que envolve isso é bem genérica, o que faz nós, como público, nem ligar por esse lado da trama, mas sim pela relação de amizade entre Dom e Bryan, além de uma beleza monstruosa dos carros modificados que envolvem as cenas, apesar do péssimo CGI utilizado nas corridas, que fazem o filme parecer a versão das Wachowskis de "Speed Racer" em algumas cenas, bizarro, até para época.
Velozes e Furiosos é aquele típico filme médio que cativa uma geração por elemento nunca visto antes, aqui, sendo a cultura do tunning e das corridas ilegais, o que marcou o imaginário de uma geração, não espere muito da péssima trama policial criada aqui, isso não importa, na verdade, o que importa de fato são as corridas de meia milha e amizade daquilo que se tornaria "A família", como isso virou carros no espaço e planos megalomaniacos? Vocês veram nas próximas críticas.
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