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Foto do escritorHelder Fernandes

Casa do Dragão - temporada 2


Casa da enrolação


Quando Game of Thrones chega ao fim (com o seu já comentado aqui no blog), a sensação que tínhamos era que nunca mais veríamos nada relacionado ao incrível mundo criado por George RR Martin e que fora estragado pela dupla David Benioff e DB Weiss, numa clara prova de que quando ainda tinhamos material para trabalhar dos livros, a série era considerada uma das maiores de todos os tempos, sem esse material entretanto, as coisas começaram a ficar meio que bagunçadas.


Chegamos então a HBO, que com certeza não iria abrir mão de sua galinha dos ovos de ouro, encomendando várias obras spin off para Game of Thrones, com a primeira sendo a Casa do Dragão, contando a história do apogeu da família Targeryan e o “fim” dos dragões, baseado em um livro de contos escrito por Martin, “A dança dos dragões”, título esse que tem como referência a “ultima dança”, a última aparição dos dragões, até chegarmos em Daenerys e o mundo de Westeros e Essos na série mãe.


Dito isso, comentando brevemente sobre a primeira temporada (o que já fiz aliás também, pode ir ler se quiser) a série me lembra a época áurea de GOT, até sua quarta temporada, a forma que a trama avança, os personagens cativantes, o respeito com a lore e coesão que existia dentro da série, bom, devo adiantar que tudo isso se perde aqui na segunda temporada, que aliás, me lembra as fatídicas sétima e oitava temporadas de Game of Thrones, o qual foram de longe as piores da série.


Os personagens acabam se perdendo numa série de voltas e repetições que parecem até incríveis que passaram por uma mesa de roteiro e depois por algum showrunner, o exemplo de Daemon (Matt Smith) é o que a internet mais tirou sarro, pois basicamente deram uma side quest a lá “O estranho no ninho” pro personagem, um CAPS da vida, onde aconteciam altas loucuras e doses cavalares de coisas dignas de quando alguém usa aquele tipo de bala, numa problemática que dura 8 episódios para se resolver, através de uma visão, que quase como magicamente cura o personagem e resolve, off screen, todos os seus problemas, mas não é o único exemplo, todo o drama envolvendo Rhaenyra (Emma D’arc) que está ótima nos primeiros dois episódios, onde demonstra todo o luto do personagem até que basicamente fazem ela sair pouquíssimo do set de Pedra do Dragão, uma dessas saidinhas é sem nexo nenhum se pensarmos no contexto que estamos numa guerra, apenas que a personagem interaja com Alicent Hightower (Olivia Cook) denota a pobreza de ideias desse roteiro, no caso de Alicent, a personagem é a melhor trabalhada pelo roteiro, inicialmente sendo a hipócrita que sempre foi, num romance chatissimo com o recalcado supremo de Westeros, Christon Cole (o ator Fabien Frankel, tá muito bem aliás, me fazendo odia lo por seu jeito de cobra criada) até começar a ver as coisas ruindo através de suas escolhas, numa jornada muito boa de personagem, a atriz vai muito bem em sua interpretação e diferente de D’arc, tem o que trabalhar durante toda a temporada, não se atendo apenas ao período inicial.


Outro personagem que é bem trabalhado pelo roteiro/ator é Aemond(Ewan Mitchell), os verdes aliás foram melhores favorecidos pelos roteiristas, a virada do personagem de um capacho para um tirano é muito bem trabalhada e o ator convence com as duas facetas para trabalhar, criando um personagem memorável, igual era o Daemon de Smith na primeira temporada, até ser jogado no CAPS de Harrenhal.


Fora isso, temos poucos destaques, a trama faz tantas voltas desnecessárias, foca em coisas que não deveria e enrola tanto, mais tanto, para chegar até a quase guerra total, que vemos alguns momentos fora de tela, com só uma cena de batalha real, que é eclipsada pelo trielo de dragões que acontece no quarto episódio que nem sequer vemos ou sentimos que de fato há uma guerra rolando.

O trabalho de direcao, estética e trilha sonora continuam sublimes, com cada diretor dando o seu toque, enquanto vemos, no panorama geral, uma visão criativa única na série.


A Casa do Dragão continua em termos de estilo e trilha sonora impecável, porém, a casa desmorona com um roteiro que mais serve como um grande trailer para uma eventual terceira temporada, que rolará só daqui dois anos, enquanto isso, somos brindados com esse tira gosto.

Nota:5/10.


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