O início de uma grande treta
Aqui apresento para vocês o Pole Position, um bloco do meu blog apresentando o piloto de séries que acho fantásticas e que tiveram algum tipo de importância para o mundo das séries. Para contextualizar, um piloto de serie, no formato tipicamente americano, representa o primeiro episódio de uma série, as vezes, sendo a primeira parte a ser gravada e monstrada para investidores e potênciais estúdios, como forma de angariar fundos para produção da mesma, por isso que muitos pilotos são regravados após essa fase de financiamento, pois geralmente quem compra começa a fazer exigências e como o orçamento aumenta, os realizadores aproveitam para trocar a equipe técnica e até adicionar mais cenas.
Sendo assim, chegamos ao primeiro episódio de Succession, a trama, criada por Jesse Armstrong, que aposta num espécie de mistura de Poderoso Chefão com Cidadão Kane, nos apresenta Logan Roy (Brian Cox), um magnata no ramo do entretenimento e comunicação, que ja se encontra idoso e com a saúde debilitada, precisando resolver a situação da passagem de bastão, da sucessão de sua empresa, nisso somos apresentados a seus 4 filhos, Kendall (Jeremy Strong), Shiv (Sarah Snook), Roman (Kieran Culkin) e Connor (Alan Ruck), cada um com uma personalidade distinta, que apresentam em alguns diologos ou ações, suas personalidades e defeitos. Fica nítido, desde o começo, que o único que ainda sente vontade de continuar o legado do pai é Kendall, o qual é o destaque desse primeiro episódio, envolvendo uma negociação de uma empresa das novas mídias, ja iniciando a tematica principal da serie, o conflito do velho x novo, enquanto um envelhecido e carrancudo Logan contrasta com seus filhos, que parecem novatos e imaturos a cada interação, seja na negociação ou reagindo a notícias controversas, todos os filhos do clã Roy demonstram fragilidades, enquanto o pai mostra toda a frieza que um empreendedor precisa ter, é um trabalho impressionante de roteiro.
Gosto muito da parte técnica do show, padrão HBO de qualidade, em particular do uso de câmera, com zoons e enquadramentos que proporcionam a nós, telespectadores, o estado mental que o personagens se encontram, sejam confusos ou encurralados pelas circunstâncias.
O primeiro episódio de Succession mostra todo o potencial da obra, que não é apenas mais uma obra "palaciana", mas que aborda os seus personagens no meio de poder e ganância, uma obra de arte.
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