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Foto do escritorHelder Fernandes

Matrix (1999)

Acredite vendo


Após mais de vinte anos lançamento, é impressionante o quanto Matrix continua um filme atual e relevante, em uma sociedade cada vez mais submissa a tecnologia, com pessoas que preferem se conhecer pelo ambiente virtual do que pelo mundo real, ou pessoas que moldam uma persona (e aparência) baseadas em programas e filtros de edição, como um todo, vivemos em um mundo em que o real e o virtual andam cada vez mais de mãos dadas, é impossível um viver sem outro, mas até quando essa fusão pode ser prejucial e até predatória?


Pegando uma série de inspirações, desde games, animes como Ghost in the Shell, Akira, Samurai X e uma outra porrada de obras e pegando o livro de Jean Baudrillard "Simulacra e Simulação" como ponto temático do argumento, The Matrix (no original) é um filme de ação dirigido e roterizado pelas irmãs Wachowski's, é um assombro se notarmos que o filme já tem mais de duas décadas, pois parece atual tanto em sua tecnologia, inovadora para época e definitivamente um marco para história dos efeitos especiais e em seus questionamentos.


No filme, acompanhamos a história de Thomas Anderson (vivido pelo mega astro de ação, Keanu Reeves), um mero trabalhador de escritório (classe essa muito questionada durante essa época, por conta do estilo de vida) que a noite assume a identidade de Neo, um hacker do submundo da rede, porém, quando o segredo de Neo é descoberto pelo agente Smith (Mister Anderson.... Digo, Hugo Weaving), coisas estranhas começam acontecer que deflagram seu desejo de saber o que de fato é a realidade em que ele vive, mirando sua busca para encontrar Morpheus (Laurence Fishburne), que através de sua mais fiel seguidora, Trinity (Carrie-Anne Moss) podem apresentar a resposta que Neo tanto anseia. Dito isso, qualquer coisa que vem a seguir pode ser considerada um mega spoiler que atrapalharia a experiência de alguém que nunca viu o filme, não gosto muito de revelar pontos importantes da trama nas minhas resenhas, já que me considero apenas alguém tentando recomendar (ou não, mas nesse caso, definitivamente sim) uma obra que assisti, tentando preservar quem lê o máximo possível, pois acredito que os pontos de viradas e revelações do enredo não estão ali apenas por questão de que o autor gostou daquilo, não, estão ali por que são intrissicos a experiência, afinal de contas, o que seriam filmes como o retratado aqui, Os Suspeitos, Seven, O Sexto Sentido, Chinatown, Os Infiltrados e etc... Sem esses pontos de viradas? Um roteirista é um artista que busca o inesperado e o inovador a todo custo, seguir fórmulas e ensaios a todo momento, sem nenhum pingo de originalidade, é a derrota da arte e inovação é o que de fato as irmãs fazem aqui, em casa aspecto do filme, tecnicamente e em sua temática, é um filme de ação que busca o entendimento da própria realidade, uma que ainda não estava tão próxima, já que em 1999, mal entravamos na era da internet e do digital como estamos hoje em dia.


As cenas de ação são fantásticas, gravadas e coreografadas a exaustão e filmadas usando diversos recursos que sequer existiam no momento, as irmãs transportam o expectador ocidental para um estilo de ação que era muito realizado no oriente, tudo isso mesclado com armas, muitas armas, que tornam o filme numa mistura caótica e inovadora, sendo impossível permanecer estático na cadeira durante as mais de duas horas de ação desenfreada mesclada com o puro suco da teoria filosófica.


Matrix é um filmaço, tanto por sua ação quanto por seu texto, pena que as sequências (que falarei qualquer dia) não acompanham isso, mas aqui, como um filme solo, com começo, meio e fim, funciona incrivelmente bem e merece seu lugar na lista dos melhores filmes de todos os tempos.



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