Halo - A Série (1° e 2° temporadas)
Batendo em cachorro morto
Você já conheceu uma pessoa que antes, na adolescência, era uma pessoa legal, que curtia vida, fazia o que queria, mas que quando começar a envelhecer, virou uma pessoa chata, amarga, que reclama de tudo e vive choramingando sobre a vida? Digo isso por que é importante ajudar as pessoas, dar conselhos e tudo mais, mas e quando isso acontece toda hora? Acho melhor procurar um psicólogo ou alguém capacitado, por que isso começa a virar algo tão banal, que a gente começa a ficar sem ter o que falar ou fazer.
Essa a minha melhor definição para a série de Halo, exibida no Paramount+, não tenho palavras para expressar o quão frustrante é essa série, as vezes, quando a gente quer assistir algo, tudo que a gente quer é catarse, diálogos bons e uma trama envolvente, aqui nao temos nada disso, como que pegaram uma adaptação de uma série de games conhecida pela AÇÃO e transformaram num melodrama tão raso e sem brilho.
Para pincelar um pouco da primeira temporada a trama temos o soldado de elite da UNSC, codinome Master Cheff, que precisa lidar com uma ameaça intergaláctica… não, pera, isso não é Halo Combat Evolved, a série se perde em um emaranhado de subtramas com os personagens mais entediantes que já vi e com o roteiro mais clichê que a produção parece pensar, é incrível o quanto esses personagens são pouco interessantes, geralmente, pra você respeitar um protagonista, é muito difícil vê lo choramingando e reclamando sobre a sua vida, pega por exemplo Rocky, no primeiro filme ele tem uma vida sofrível, mesmo assim, não o vemos reclamando ou apontando dedo para as pessoas, culpando outros ao excesso, Rocky é exemplo máximo de resiliencia física e mental, isso te faz torcer pelo personagem e respeita lo, aqui, nosso protagonista, interpretado por Pablo Schreiber, fica nisso durante toda a primeira temporada (e não melhora na segunda não, só pra adiantar) enquanto tem um romance com uma infiltrada Covenant, que é uma raça alienígena, mas essa pessoa, Makee (Charlie Murphy) é humana, no que rende uma das piores ideia que esse show tem, mas calma, não são poucas ideias ruins.
Na segunda temporada, que é mais recente, finalmente temos Master Cheff lidando com o conflito contra os alienígenas, mas ele basicamente é um saco de pancada até o episódio final, sendo que ele mais combate inimigos humanos do que necessariamente o Covenant, que é um inimigo que nos jogos é tão diversificado e rende diversos tipos de enfrentamentos e estratégias, mas que aqui são genéricos ao extremo.
Tudo bem querer humanizar os personagens, mas isso precisa acontecer com moderação, se não você transforma sua história basicamente numa novela, isso aliado ao fato que praticamente todos os personagens são reclamões, que o texto é ruim, os conflitos não são bem estabelecidos e a trama, de modo geral, é bagunçada, as vezes é bom ter um capricho na ação e nem isso, essa série consegue fazer, com um CGI que oscila muito, mas que está melhor que na primeira temporada, apesar de filmarem mais as sombras, pra esconder defeitos.
Dito isso, temos atores que conseguem se destacar aqui, Joseph Morgan, como James Ackerson é um grande achado da série, o ator de “The Originals” tá muito bem aqui… ao menos até a segunda metade, quando personagem é rebaixado a capacho, numa das várias ideias ruins que a série tem, Kate Kennedy como Kai consegue transmitir mais a imponência e resiliência de um “Spartan” muito mais do que Schreiber nas duas temporadas. Gosto muito do departamento de arte e figurino da série, se bem que nem a direção sabe utilizar muito bem, ja que temos a armadura muito bem feita do protagonista, mas que se ele usa em ⅓ da segunda temporada, é muito (nem vou entrar no fato do capacete, isso é o de menos).
Halo não é uma série digna do material adaptado que dá nome ao série, é um produto genérico e com conceitos bem contraditórios ao material original, mais um na pilha de várias adaptações medíocre baseada em vídeo games, ainda bem que foi cancelada.
Nota: 5/10.
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