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Foto do escritorHelder Fernandes

GTA V (2013)

Atualizado: 13 de out. de 2023

Sim, você não leu errado, ja fazem 10 anos!


É impossível falar dos grandes sucessos da indústria dos games (e até do entretenimento) e não citar Grand Theft Auto, a franquia de sucesso realizada e produzida pela Rockstar Games, as entradas anteriores da franquia foram históricas em popularidade e vendas, porém, ao lançar o título em questão, a empresa quebrou tanto recordes que simplesmente se deu ao luxo de passar 5 anos sem lançar nenhum outro jogo (Red Dead Redemption 2) e até o momento atual, GTA VI ainda é especulado de quando irá lançar, com apenas gameplays vazadas sendo o indício que o jogo está em processo de desenvolvimento.


Para falar melhor do jogo, preciso dividir essa crítica em dois, primeiro falando do modo história do game, que foi aquilo com que o mesmo foi lançado e do modo online, que é o que faz a franquia lucrar até hoje.


MODO HISTÓRIA


O modo história de GTA V ja nasceu clássico, com diversas referências (digo, diversas mesmo) a produtos como Breaking Bad, Heat, Poderoso Chefão, entre outros, só que de uma forma completamente sarcástica e debochada, se o game anterior da franquia, GTA IV era um poço de seriedade em diversos sentidos, o que deixou o game meio descaracterizado, o título em questão pouco se leva a sério, isso tem um lado bom e um lado ruim, pois ao mesmo tempo que a escrita é bem divertida, com diálogos rápidos e muito bons, nada se leva a sério, nada mesmo, as consequências das ações dos protagonistas são levadas completamente na zueira, mas afinal, quem joga GTA espera a seriedade do mundo real ou um escapismo da realidade? Eis a questão, que o game, de forma auto indulgente, toca diversas vezes em várias missões.


Se eu reclamo um pouquinho da falta de realismo, por assim dizer, da franquia, eu não posso reclamar de seus personagens principais, que aliás, são os únicos bem trabalhados, com os outros sendo apenas esteriótipos, o que vou tocar mais em detalhes daqui a pouco. Michael, Trevor e Franklin são trabalhados de forma gradual, com cada um representando um espectro de personalidade, que se complementam conforme o jogo avança, Franklin, que parece um pouco com o CJ de GTA San Andreas, porém, de valores completamente adversos, se CJ queria ver a sua gangue unida e trata seus amigos de forma tão autruista, que as vezes acaba sofrendo por isso, Franklin é um cara completamente individualista, se afastando da única parente que tem, mesmo morando na mesma casa, foi recentemente abandonado por sua ex namorada e parece fazer missões e ajudar seus "amigos" a pulso, a única visão que ele tem é de querer sair dali de Grove Streat, de almejar coisas melhores, porém, é difícil alguém tão individual assim, conseguir algo num mundo que cada vez mais dependemos de contatos e conhecimento para crescer.


Nisso entra a figura de Michael, um ladrão de banco aposentado, que vive uma vida medíocre, apesar de ainda ter alguns fundos, ele está endividado, com uma vida de aparência, vivendo o auge do "sonho americano" numa mansão, porém, tudo isso é fachada para sua vida completamente cômoda e desastrosa, que vai dá sua esposa que o trai em qualquer oportunidade (não que o mesmo não mereça, pois faz o mesmo) e dos seus filhos, que parecem a cada vez mais, seguir os seus passos, não de uma forma positiva, Michael, como fala para o seu psicólogo no início do game, está "no fim da estrada", sem capacidade de reagir a tudo aquilo e a presença de Franklin, que o conhece de forma completamente aleatória, acaba despertando algo nele, um instinto que o mesmo havia abandonado por álcool e comodismo, é interessante o quanto um movimenta o outro, por que enquanto Franklin tem a vontade, porém não o conhecimento e o sagacidade de fazer as coisas, Michael tem justamente o que ele precisa, numa relação que beira quase o de pai e filho, engraçado que o mesmo parece ter mais química com Michael do que o próprio filho dele.


Mas, temos um terceiro elemento na jogada, um que, a muito tempo atrás tinha sido o protegido de Michael, Trevor Phillips, em modo geral, Trevor é caótico, psicopata e quase sem nenhuma qualidade que o redima, além de um carisma sensacional empregado pelo ator que deu vida ao personagem, é quase como se pegassem o coringa e colocassem na nossa mão para jogar, sendo, por incrível que possa parecer, a definição do modo desordenado e sem consequências que o jogo é construído, porém na história, ele representa o passado de Michael, começando a aparecer conforme a natureza de Michael se aflora em fazer seus golpes, aliás, os dois tem assuntos ainda não resolvidos, o que rende uma tensão crescente conforme a trama avança.


A gameplay do jogo é bem fluida, talvez um dos melhores TPS ja feitos, com uma gunplay até que boa, com um número variado de armas, o mundo aberto do jogo parece de fato vivido, com NPCs e situações bem aleatórias, diferentes umas das outras. As missões sao bem realizadas, sim, temos algumas missões chatas aqui e ali, mas em geral, a construção de cenários da Rockstar ajuda e muito no quesito de construir fases que cativam o jogador.


MODO ONLINE


Jogar o modo online de GTA V é uma experiência bem agradável de forma geral, pq junta o combate, muito bem feito pela Rockstar com a criatividade de missões e de oferecer coisas diferentes ao jogador, o que faz a experiência de começar o jogo em hoje em dia, dez anos após o lançamento, em algo bem confuso se for feito sem um grupo de amigos, aliás, creio que esse é o maior trunfo do game, ja que as missões, que geralmente são feitas em grupos, meio que incentivam o jogador a criar um grupinho para jogar, pois geralmente as partidas com pessoas aleatórias são muito problemáticas, pelos mais diversos motivos.


A Rockstar até tenta escrever enredos interessantes pra o modo online, mas convenhamos, nada passa da sátira, algo criado somente pro jogador se abstrair e atirar no máximo de bots possíveis, ganhar dinheiro do jogo (ou gastar com micro transações, que aliás, são inúmeras no jogo), mas é isso que mantem o jogo vivo até hoje, como um dos mais jogados ainda, isso que fez a Rockstar até hoje não anunciar um novo título da franquia e até ver o modo online de RDR 2 como algo de segunda classe, o modo online de GTA V é revolucionário, mas ao mesmo tempo, esgotou coma criatividade da empresa, que agora somente vê o game como uma vaquinha onde é possível tirar mais leite.


GTA V é um março na indústria do entretenimento, valendo a pena jogar até dez anos após do lançamento, pois digo que pouquíssimos jogos lançados até hoje tiveram o nível de apuro técnico e criativo, o modo online serve apenas para quem quer se divertir e detonar as coisas, mas afinal de contas, quem joga GTA tá preocupado com história?



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