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Foto do escritorHelder Fernandes

Duna - Parte I (2021)

Adaptando o inadaptavel?


Baseado no livro de mesmo nome, Duna, escrito por Frank Hebbert, um clássico, cultuado por diversos autores do gênero sci fi e space opera, o filme não é a primeira adaptação da série de livros para a telona, tendo recebendo uma versão, extremamente problemática, com tretas por todas as frente, seja na parte criativa e até financeira, dirigida por David Linch, um diretor surrealista, que viu sua obra ser picotada e massacrada pelos produtores, mas o assunto de hoje não é a primeira adaptação da obra ou a mini série realizada pelo Sci Fi Chanel, mas sim a obra de 2021, que diferente do filme de Linch, tem toda a cara de seu diretor.


Dennis Villeneuve é um autor com "a" maiúsculo, sua obras até aqui, são oportunidades de visitar uma época em Hollywood que os autores tinham carta branca para dirigir épicos da era de ouro, tais como Ben Hur, Os Dez Mandamentos, Spartacus e entre outros, os sets grandiosos, os diálogos, a fotografia, a direção de artes, tudo, evoca isso, que talvez só temos um paralelo hoje em dia com cineastas como Spielberg e para citar uma recente, Christopher Nolan, isso aqui alcança o ápice, com o diretor e realizador levando a primeira metade do livro Duna para as telas.


Por ser a primeira parte de uma obra, temos que levar em consideração a fragmentação da mesma, que em termos narrativos, consegue contruir uma ótima apresentação de universo, no conflito entre os Harkonnen, liderados pelo Barão Vladimir Harkonnen (Stelan Skarsgard) e os Atreides, uma família com uma linhagem milenar, que num estilo quase feudal, comanda, pelo menos no início da obra, um planeta chamado Caladan, cheio de mares e florestas, que é convocada pelo grande imperador Padixá, que comanda todo o sistema de comércio galático, para se deslocar de Caladan para Arraquis, um plano desértico, que porém, é o lugar de onde sai a "especiaria" um elemento vital para sobrevivência de todo o universo conhecido, planeta este que tambem é conhecido como Duna. Contar algo a mais da história pode ser próximo de um grande spoiler, mas precisamos destacar o quanto a história é fluida e cheia de reviravoltas, seu protagonista, Paul Atreides (Timothee Chalamet) ao mesmo tempo que é o clichê do "chosen one", ele foge disso, através das máquinacoes de sua mãe, Lady Jessica (Rebbeca Fergunson), que faz parte de uma ordem conhecida como Bene Gesserit, que manipulam o destino de toda a galáxia, que se casa o Duque Leto Atreides (Oscar Isaac) e tem um filho homem, algo que é completamente proibido e que não entrarei mais em detalhes por que pode ser um spoiler. Todas atuações estão muito boas aqui, até de personagens que ficam pouco tempo na trama, conseguem entregar um trabalho sublime de atuação, assim como toda a parte técnica, Dennis parece conseguir reunir a nata cinematográfica em cada trabalho que ele faz, pois, nada parece mal feito ou falha por preguiça, tudo parece feito com esmero e dedicação, desde a fotografia maravilhosa de Greg Freiser (entrarei em mais detalhes do que adoro na fotografia do mesmo quando falar sobre "The Batman") a direção de arte, q consegue compor um mundo inteiramente transportado dos livros, muito melhor que as outras versões, não só pelo orçamento e pela inevitável evolução tecnologica, mas tbm pelo design do universo.


O problema maior do filme é a separação em duas partes, pois o final soa abrupto e sem um confronto pessoal ao protagonista, tudo soa como um grande primeiro ato, que depende demais da sequência (que no momento da escrita, ainda não foi lançada) e isso não posso deixar passar, pois sou da linha que acredita que um filme deve se explicar por ele mesmo, se funciona ou não, sem precisar de obras paralelas ou sequências para funcionar.


Duna - Parte 1 é um grande primeiro ato, e isso pode ser visto tanta pela ótica boa e pela lógica ruim, dependendo da espectativa de quem vê, se você é fã do gênero e espera ver o início de uma franquia tão esperada, esse filme é perfeito, se você espera ver um filme único ou um blockbuster, no sentido da palavra, bom, talvez você pode se decepcionar.



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