Deadpool e Wolverine (2024)
A Marvel é idiota
Duas semanas depois do filme estrear, quando todas as possíveis imagináveis críticas já foram escritas, nerdolas talvez já choraram por alguma coisa que não gostaram (o que é normal) e alguém já pode estar querendo cancelar o filme por algum motivo ou outro, cá estou para escrever aquilo que eu achei do filme, não que a minha opinião realmente valide alguma coisa, afinal de contas, só sou apaixonado por cinema, consequentemente, um fã desses personagens, o primeiro filme dos X Men talvez seja uma das primeiras mídias audiovisuais que me recordo de ver, um filme que, apesar de parecer ter vergonha daquilo que adapta, com visuais que parecem mais uma sequência não autorizada de Matrix, ele tem um legado importantíssimo de tudo aquilo que vemos hoje, se a Marvel é uma titã do entretenimento hoje em dia, muito se deve daquele filme com trajes colantes que mais parecem vindo de alguma festa de grupo do whatsapp para troca de casal (caraca, talvez eu tenha ido longe nessa) do que necessariamente um filme de heróis, com trajes coloridos e roupas bem criativas, algo que só seria quebrado dois anos depois, com o primeiro Homem Aranha.
Uma longa introdução certo, concordo, porém, necessária, não apenas por que eu gosto de usar muitas palavras quando me sinto inspirado, é por que o filme pede isso, se você cair igual um jacá podre no filme, sem nunca ter lido uma HQ ou não for alguém que tenha uma certa cultura de filmes de heróis (o que com a caralhada de filmes do gênero saindo todos os anos, meu caro leitor, é simplesmente impossível) o filme não vai apresentar nada de interessante para você, já que a trama, sem esse histórico e legado é vazia, com uma vilã que mais serve de desculpa para ter confrontos (normal pro gênero), numa história cheia de repetições, tanto que até o protagonista precisa avisar que finalmente o filme vai acabar, de tanta enrolação e repeteco que a obra coloca nessa desculpa para ter um filme, sim, estou sendo bruto com o filme, mas, assim como um filmaço chamado Mad Max - Estrada da Fúria (que é referênciado aqui), que basicamente é um filme que o personagens vão de um ponto a para o ponto b, só para retornarem para o ponto a (quem diria, igual a esse filme), história as vezes não importa, a outras coisas que um filme pode se sobressair, vou dar uma de João Kleber e contar depois do ponto final.
Os personagens, aqui o filme confia bastante na história pregressa de cada personagem que aparece, como se fosse um grande quebra cabeça, não vou dar spoilers das participações especiais que o filme tem, pois sem elas, o filme perde muito da graça, mas posso dizer que a presença de Wolverine (Hugh Jackman) é meio problemática, sem ser aquele Logan que estamos acostumados, já que o filme só usa literalmente o cadáver desse Wolverine, que teve um desfecho magistral em Logan, um filmaço que pretendo fazer crítica algum dia, o personagem que vemos aqui tem traumas que não são mostrados, apenas falado, Hugh Jackman convence na carga dramática através de olhares e algumas palavras, porém, tudo perde o peso, já que é apenas falado e vemos as consequências dos traumas nesse Wolverine, mas falar o que, o filme precisava de uma desculpa pra trazer o personagem de volta, então confia nessa palhaçada de multiverso pra traze lo de volta, digo mais, o próprio filme reconhece que o multiverso é uma grande porcaria, apenas um fanservice barato para gerar nostalgia e trazer um monte de fã pro cinema, porém, confesso que aqui há coração nesses fanservices, já que a produção constantemente faz tributo e homenagens aos personagens e atores, Ryan Reynolds acerta o tom nisso, diferente das últimas produções da Marvel.
O longa não consegue fechar sem algumas negativas, a ação parece meio truncada as vezes, como falei do roteiro que é repetitivo, a ação também é repetitiva, com poucos momentos realmente criativos, é meio engraçado também como temos um personagem tão desbocado e que não liga pra nada, mas vê os Vingadores como se fossem deuses, me parece uma das várias restrições que Kevin Feige, o dono do Universo Cinematográfico da Marvel deve ter imposto para Ryan, que literalmente chuta o cachorro morto da 20 Century Fox, uma das grandes produtoras de cinema da história, mas não fala um ai para o Homem de Ferro e seus amigos. Sinto pena por alguns personagens e atores do núcleo do mercenário tagarela, que acompanharam o personagem por três filmes, sendo peças fundamentais, mas aqui só aparecem no começo e no final, pior para a atriz brasileira Morena Baccarin, cujo a presença é reduzida pra quase uma figurante e Leslie Uggams, que faz a All Cega, que rende gaggs de humor, mas bem poucas comparadas aos outros dois filmes, com o assunto sempre girando em torno do “Pó branco”, a vilã, Cassandra Nova é patética, apesar de uma boa interpretação de Emma Corrin, que tenta trabalhar com o que pode, as motivações são inexistentes e o texto é quase semi amador, pra dizer o mínimo, a personagem é tão poderosa, que poderia acabar com o filme assim que surge, mas ficam dando diversas desculpas para isso não acontecer, em péssimas decisões de roteiro, isso também se aplica a todo núcleo da TVA, comandado por Mobius, interpretado por Mathew Macfadven, que parece algo vindo de uma paródia ruim de 007 do que qualquer coisa.
Deadpool e Wolverine tem charme, é uma comédia na dose certa, mas o filme de Ryan Reynolds e seus parças carece de uma história coerente, se a reclamação do primeiro filme do anti herói é que ele não tinha orçamento pra fazer muita coisa, agora, com um orçamento bem mais generoso, parece não ter tido, nem de longe, a mesma criatividade da primeira entrada do herói, a qual considero um dos melhores filmes do gênero, um filme que diferente desse, mistura humor e drama de uma forma muito mais satisfatória, porém, é um bom filme pra assistir no cinema, mas um que provavelmente você vai esquecer assim que ligar a Netflix em casa ou algo assim.
Nota: 6,5/10.
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