top of page
Foto do escritorHelder Fernandes

Chinatown (1974)

Atualizado: 14 de mar. de 2023

"Forget It Jake, it's Chinatown..."


Como avaliar uma obra esquecendo de seu próprio autor ou negligência a sua consciência humana em sua escrita? Foi o que Rolland Barthes tentou, através de sua tese "A morte do autor" de 1954 nos fala, muitos falam sobre as mais diversas interpretações de seu texto, mas o que eu acredito que é verdade é sobra distinção entre a realidade, representada pelo autor, e o lúdico, representado pela sua criação, pois apesar da mente do autor de fato trabalhar temas de sua vida em suas obras, isso não significa que o mesmo ira tomar aquele tipo de atitudes em sua vida, ou será que não? Afinal de contas, não sabemos o que as pessoas fazem nas sombras, nos locais onde só o dinheiro e a influência alcançam.


Dito isso, devo dizer que desprezo o diretor da obra, por seu crime, pelo fato de ter fugido e não ter pago, até hoje, pelo que cometeu, mas o roteiro foi escrito por outra pessoa, o brilhante Robert Towney e diversas outras pessoa trabalharam no filme, então seria injusto da minha parte condenar a obra, uma obra prima por sinal, por conta de uma peça que odeio, o que é meio que irônico, pois coisas no filme conversam demais sobre que o diretor, Roman Polanski, fez logo em seguida.


Tirando o elefante da sala, vamos falar sobre o filme, e que filme, Chinatown é uma das peças que mais adorei ver dos anos 70, onde após anos anteriores serem marcados por épicos e westerns, onde o alto valor de produção e a grandiosidade da história, nos fazia esquecer dos temas humanos e íntimos contados naqueles anos, o ano 70 marca nos EUA e França o retorno do cinema guerrilha, com histórias intimistas e sobre a corrupção da humanidade, em seus mais diversos aspectos, um "neo noir", como muitos chamam, de tirar o fôlego, inteligente em seus diálogos e com uma direção sublime.


Na trama, temos o detetive particular Jake Gittes (Jack Nicholson), que recebe uma missão de investigar o engenheiro chefe do departamento de águas e esgotos de Los Angeles, que pode estar envolvido em um affair fora do casamento, só que isso era apenas uma fachada, que é descoberta quando a verdadeira esposa do investigado, Evelyn Muwlray (Faye Dunaway) chega ao escritório de Jake, após a história vir a tona, encadeamento uma série de acontecimentos que iram desencadear toda a corrupção da cidade de Los Angeles. Falar mais do que isso seria um spoiler gigantesco a cada linha, pois o filme confia em seu mistério para funcionar, é uma trama entricada, cheia de reviravoltas e que não tem medo de chocar o espectador, tudo o que um roteiro inteligente deve ser, a química do casal principal é cativante, pois começam de dois adversários para os únicos que ainda conseguem enxergar a verdade da situação, contruindo a relação através disso.


Chinatown é um filmaço, sua direção de arte é fenomenal, sua trilha, que deriva do noir dos anos 40 e eleva a um status completo de reflexão e introspecção, é um filme que em todos os níveis, é brilhante, na minha opinião, um dos dez melhores já feitos, com um final impactante e poderoso, que mostra, que infelizmente, por muitas vezes, os poderosos é quem ganham no final, não importa o que fazemos para mudar isso. Falo isso com tristeza, mas esqueçam, é a nossa sociedade, podre, corrupta e quase sem esperança, igual o mundo de Chinatown, ironias da vida...



7 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page