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Foto do escritorHelder Fernandes

Blade Runner (Final Cut, 2007)

Neo Noir futurista (e hipnótico)


Baseado na obra de Phillip K. Dick "Andróides sonham com ovelhas elétricas?", Blade Runner (que aqui no Brasil recebe o subtítulo errôneo de "Caçador de Andróides") é um filme seminal no genero de ficção científica, tanto pela sua estética, composição sonora e seus temas, primordiais para entender o maior misterio da mesma, que envolve seu protagonista.


Em 41 anos de existência, o filme, o qual já recebeu diversas versões, é um exemplo de como mexer na visão do criador, pensando única exclusivamente no apelo financeiro e popular da mesma é algo errado e tem o poder destrutivo de corromper a visão artística, posso adiantar que coisas como a narração em off feita sem emoção, escrita de um forma "for dummies" e quase resmungona na atuação de Harrison Ford, além do final que não tem nada haver com o que acabamos de ver na rodagem inteira, acabam por sepultar o filme, que foi um fracasso de bilheteria em seu lançamento nos cinemas, precisando de diversas outras versões para continuar relevante (além dos aspectos que vamos discutir a seguir) no meadro cult, o que rendeu ao diretor Ridley Scott a vontade e a verba que o mesmo precisava para que, em 2007, lançasse a sua versão definitiva, conhecida como "Final Cut"


Aqui temos uma remasterização do longa, que nada altera na sua história, mas tira os enfadonhos monologos de Rick Deckard (seu protagonista) e o final, que como falei lá em cima, é quase que um homicidio doloso da obra. Temos uma trama inteiramente focada na investigação de Rick, que no universo do filme, exerce uma profissão chamada de "Blade Runner" uma figura subalterna a polícia, que assim como os antigos caçadores de recompensas, são responsáveis por "aposentar" replicantes, que diferente do que o subtítulo diz, não são Andróides, são criaturas derivadas da manipulação de celulas humanas, possuem tudo que um humano possue, delimitado por um tempo de vida, de cerca de 4 anos, para que eles não construam emoções. Quando alguns replicantes fugitivos chegam a Terra, Deckard é incumbido de caça los, enquanto algumas coisas em sua vida pessoal lhe fazem raciocinar se aquilo é a coisa certa.


A história do filme é interessante e cheia de camadas, enquanto evolui, ela passa de uma história de caçada para uma trama mais intimista, já que a história de Roy Baty (vivido com maestria por Rutger Hauer), o líder dos replicantes fugitivos vem a tona, se misturando com a história de amor de Rick e Rachel (Sean Young), nos fazendo pensar, se de fato, replicantes são apenas objetos, criados para o labor e prazeres ou se são, de uma certa forma, humanos capazes de possuírem emoções, conexões e etc...


Blade Runner é a obra fundamental para entender o que é a cultura Cyberpunk, sua narrativa é lenta, porém possue um ritmo aceitável de apreciação, sua estética é única e hipnótica, tal qual a música, composta por Vangellis, capaz de transportar o público para o ambiente chuvoso dessa Los Angeles futurista (seguindo a visão da época), vale a pena conferir e apreciar essa obra prima do cinema, que nessa versão definitiva, ganha uma aura absurda de satisfação.





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