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Foto do escritorHelder Fernandes

Avatar: O Último Mestre do Ar (2024)

Era mesmo necessário?


Avatar: A Lenda de Aang é talvez a minha animação ocidental favorita, me trás nostalgia de lembrar as aventuras de um jovem inocente, porém predestinado Aang com seus amigos inseparáveis, Katara, Sooka, seus pets e as adições que vem no decorrer da trama, como o inimigo que vira amigo Zuko e a mestre cega e irreverente Toph, pra dizer os nomes de alguns. A trama balanceia muito bem assuntos como Guerra, genocídio, amadurecimento, aceitação de uma forma sutil e inteligente, com um roteiro bem sagaz que sabe o público que tá falando e não tenta ser algo que não é, apesar de não esconder as referências a animações orientais que carrega, o time responsável conseguiu criar uma obra prima através dessa mistura de elementos.


Com isso em mente, é notorio que quem esteja apto para fazer qualquer tipo de sequência ou adaptação desse material, deve saber o nível altissimo que está lidando, pois, por si só, a adaptação de algo animado para o live action já tem uma certa dose de comparação visual, técnica e sonora, já que diferente de uma adaptação literal, que mexe muito com a imaginação do leitor em tentar imaginar o que está descrito nas letras, uma animação de uma outra obra audiovisual já carrega uma comparação automática por quem já viu, por isso faço esse disclamer logo de início, é impossível para mim simplesmente desligar o cérebro, fingir que a animação nunca existiu e julgar somente pelo produto em questão, ainda mais um do qual sou tão fã assim, é o mesmo que pedir para um torcedor de futebol não julgar o seu time, só por que tem muitos títulos, por fazer uma péssima partida, nos, seres humanos somos racionais, porém, estamos atados a uma serie de emoções e lembranças, afinal de contas, se não fosse pela animação, não teria a Netflix nem ninguém que investiria num projeto tão caro vindo do nada não é mesmo?


Agora começando a crítica da série, confesso que não estava tão empolgado assim, dado o retumbante fracasso do filme de 2010, pra mim a questão de um live action já estava sendo julgada como desnecessária, puramente mercadológica, assistindo os primeiros episódios, a impressão se manteve. É estranho dizer isso, mas a série, apesar de tentar ser diferente em muitos aspectos da animação, acaba soando mais do mesmo e não de forma positiva, só daquela maneira que quer apenas ser mais uma ativação da marca do que qualquer coisa, mira em Game of Thrones, mas não tem a narrativa e o investimento técnico para tal, achando que, igual as últimas temporadas de got achavam, que apenas cenas de batalhas e efeitos especiais eram o que seguravam a produção na boca do povo, mas não era, o roteiro e a narrativa era importantíssimos, aliados as performances dos atores e da direção de arte primorosa, que alinhava cenários reais ao artificiais a fim de criar escala, mas tudo parecia muito real, vivido, aqui não temos nada disso, tudo parece filmado em estúdio, os figurinos parecem cosplays, as interpretações oscilam ao extremo, com um trio principal que não parece dizer ao que veio, o roteiro é expositivo demais, conseguindo ser mais “infantil” que a animação, o que contrasta com a abordagem brutal que eles dão a guerra, ao qual julgo desnecessário, os efeitos especiais são descentes, mas, a tela azul é notória várias e várias vezes… É uma produção que fica numa mesmice que se não fosse o fato de talvez a Netflix ter feito um investimento massivo, nem ganharia uma segunda temporada.


Posso parecer disperso na minha crítica, mas estou a escrevendo com um profundo pesar, eu entendo que é difícil adaptar algo assim, mas quando comparo com a adaptação de One Piece, eu vejo que é possível fazer algo cativante ao menos e nem esse sentimento a produção conseguiu me despertar, há coisas que se salvam aqui, penso que a relação entre Yroh e Zuko é muito boa, os dois atores conseguem se salvar do marasmo da série, o Senhor do Fogo é muito bem representado, apesar que na animação, sua representação nas primeiras temporadas era quase igual a de uma entidade, acho isso muito mais interessante e dava mistério a trama, isso que falta muito, não temos mistério, não temos antecipação, nem subjetividade, tudo é didático e direto ao ponto, corrido ao extremo, prejudicando o ritmo e criatividade da série.


Avatar: O Último Mestre do Ar é uma produção ok, esse é o máximo de elogio que consigo fazer, caso você não seja igual eu que assistiu a animação a exaustão, talvez goste, mas duvido que, assim como aquela animação ficou comigo até hoje e não consigo esquecer mesmo passando mais de 15 anos, eu aposto que é uma série que você pensa durante dias e segue para ver outra produção, isso é um péssimo sinal de algo adaptado de uma obra prima igual o caso aqui.



Nota: 5.0/10

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