Genérico e esquecível
Em 2019, Martin Scorcese, um dos grandes cineastas na história do cinema, dono de um currículo invejável para qualquer um que sonha ser um diretor e realizador um dia, comparou os filmes da Marvel a "parque temáticos" e foi além, falando que eles sequer podem ser considerados cinema, escrevendo um artigo no tradicional jornal New York Times sobre a sua tese, eu, no auge da euforia que filmes como Vingadores: Guerra Infinita e Ultimato, pensava comigo mesmo que era apenas a implicância de alguém envolto em um conflito geracional e de mercado, bom, os anos se passam, a gente fica mais experiente e após ver "obras primas" como Homem Formiga e a Vespa: Quantumania e o filme em questão, eu começo a assinar embaixo o que o tio Martin escreveu.
Partindo do ponto que em 15 anos de MCU, nada parece ter evoluído, não falo só de efeitos especiais, que parecem ter involuido na verdade, de tão mal acabados, quando até nisso um filme peca, uma obra que parece ser montada apenas para ser uma briga de bonecos digitais, tem algo muito errado aí.
Na parte de narrativa, a história é pessima, clichê e vazia, lembrando a fase da Marvel pré Homem Ferro, com filmes como Quarteto Fantastico, Demolidor, Elektra, Justiceiro e outros, os personagens não evoluem, os vilões são qualquer nota, talvez os piores que ja vi num filme de herói e com um design e figurinos horríveis, crítica essa que faço a toda parte de direção de arte do filme, e tudo sai de lugar nenhum para lugar algum, numa traminha razoavelmente engracadinha com piadas que parecem ser escritas par uma sitcom.
O trio de protagonistas estão até que ok em termos de atuação, mas são personagens tão unidimensionais, e olha que temos 3 grandes atrizes aqui, uma delas, Brie Larson, ganhadora de Oscar pelo brilhante "O Quarto de Jack", mas que ainda não se achou com a personagem, me passando uma vibe de que não quer está ali de fato, Imma Vellani é bem carismática, mas é só, a personagem parece todo momento como uma fã alucinada de uma personalidade, o que reduz ela a quase apenas uma ajudante mirim, mas pra mim a pior parte do roteiro vai para Teyonah Parris, a atriz que tinha ido bem em Wandavision aqui recebe uma personagem vazia, que até um drama particular que recebe em relação a Capitã Marvel não é bem desenvolvido.
As Marvels abre discussões para o que de fato está acontecendo no estúdio de uma das grandes produtoras de filmes da atualidade, em termos financeiros, pois, com raras excessões, são filmes que contribuem pouquíssimo para a sétima arte e o cinema autoral, pois diretores são controlados, tudo parece a mesma coisa e até a energia e o carisma, que seguravam até os filmes ruins estao ficando cada vez mais ausentes, ao que parece, em 15 anos, o público cresceu, mas a Marvel parece querer pegar também uma geração nova, numa tentativa desesperada, que não parece que vem dando certo pelos últimos lançamentos, os que tem os deixado cadê vezais rasos e esquecíveis.
Nota: 5,0/10
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