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Foto do escritorHelder Fernandes

A Paixão de Cristo (2004)

Um retrato cruel e sanguinário dos últimos momentos de Cristo.


Existem milhares ou devo dizer, milhões de crenças entre mundo, nos primórdios da civilização humana, por conta dos seres humanos não terem desenvolvido um pensamento científico, tudo era explicado de forma abstrata e que entidades, dos mais diversos jeitos e formas regessem, de forma unipresente, todos os aspectos da vida humana, desde o clima ate a vida ou morte, dito isso, nós, como individuos sempre representamos esses seres com características parecidas com as nossas, muito por conta da verossimilhança que buscamos quando contamos histórias, há diversas culturas da parte oriental do globo que animais são objetos de deidade, mas esse não é o ponto da nossa crítica, é de apenas dar uma introdução ao filme, não entrarei (apesar de ser quase impossível) nos aspectos religiosos da trama, pois respeito as pessoas que acreditam em qualquer pensamento e deixarei meu background, de uma família quase inteiramente cristã de plano de fundo, apenas o conhecimento prévio sobre a figura de Jesus Cristo entra em voga aqui.


Então vamos lá, analisando a peça estudada aqui apenas como um filme, o que de fato ele se apresenta, por que diferente de obras que parecem propagandas de uma certa doutrina, o diretor Mel Gibson faz um filme sobre os últimos momentos da vida de Cristo (Jim Caviezel), alguém que, quer você acredite ou não, mudou completamente a história do mundo, seja lá o que seus seguidores fizeram ou fazem ao decorrer da história, temos aqui uma deidade completamente sem falhas de caráter, um modelo de vida, porém impossível de ser copiado, ja que nós, relés mortais somos cheios de erros e desvios de valores, mesquinhos e completamente obstinados por coisas melhores, a ponto de muita das vezes, derrubar pessoas que estão ao nosso redor e o filme evidência isso, quase de uma forma sem esperança, pois também há muitas excessões, muitas pessoas de boas ações, mas na obra em questão, temos a real separação entre seu protagonista e todos os outros personagens, que de uma certa forma ou de outra, se mostram figuras falhas, perdidos por sua corrupção e cobiça, indignas muita das vezes, do sacrificio que essa figura fez, algo que até seus seguidores mais próximos caem, com algumas raras excessões.


O filme nada mais é que uma demonstração da maldade humana, que, durante toda a sua duração, impõe ao seu protagonista, que não cometeu nenhum crime, que não incitou nenhuma rebelião e apenas queria, através de seus ensinamentos, nos dar, a sua maneira, uma forma de seguirmos um caminho fora de nossa natureza animalesca e falha, atraves de seus discursos que as vezes eram duros , porém muitas das vezes, conciliadores e que pregavam amor ao proximo.


Os diálogos do filme, feitos em aramaico e latim, justamente para transportar o expectador para aquela época, transformam a película, junto de outros fatores ja citados, como talvez o filme definitivo da vida e obra de Cristo, diálogos esses que são bem extensos durante a primeira metade da obra, onde um Messias ja preso por um crime que não cometeu, precisa ser levado para os governadores de cada província dos judeus, apenas para ser comprovado que de fato ele não cometeu nenhum crime, porém, os religiosos conservadores e ortodoxos chamados de "fariseus" querem que o homem seja preso e morto, pois o mesmo representa uma ameaça para seus costumes, ja que a figura carismática e inteligente vem ganhando muitos seguidores por conta de se apresentar, como o mesmo diz, como "filho de deus", o que seria uma blasfêmia por parte deles. É meio irônico o retrato dos judeus que o diretor faz, justamente por conta das polêmicas que o mesmo teve com os mesmo durante aquela época, todos são esteriótipados e quase sem personalidade alguma, mas, como ja falei lá em cima, isso funciona, mesmo que sendo errado, para mostrar a tal da maldade humana que falei lá em cima. Talvez uma das poucas figuras que se salvam dessa representação é Poncio Pilatos (Hristo Shopov), que após ter uma conversa com Jesus, começa a duvidar do sentido daquilo tudo, porém, acuado, não pode fazer muita coisa, o que gera seu gesto de "lavar as mãos".


A segunda parte do filme é a que de fato gerou mais controvérsia, por que o diretor, diferente de muitos outros que fizeram filmes com um apelo mais gospel e religioso (talvez uma excessão seja o excelente "A Última Tentação de Cristo", de Martin Scorcese) aqui não abranda e nem faz um uso "fofo" da violência, o filme é gore e agoniante nesses últimos trechos, especialmente quando chega a cena das chibatadas e da Via Cruzis, Jim Caviezel entrega um trabalho físico e de atuação digno de nota aqui, pois mesmo com poucos diálogos e sendo violentado das mais diversas maneiras, a atuação do protagonista é sublime, pois o mesmo não parece demostrar emoções, mesmo sendo dilacerado, pedaço por pedaço, o que poderia tornar sua performance robótica, mas o seu olhar diz tudo, o quão exaustivo e escruciante está sendo tudo aquilo ali para ele e ainda temos Mônica Belusci como Maria Madalena e Maia Morgstein com Maria, que servem na história como olhar que o filme direciona para a população que induzida pelos fariseus, começa a incitar a morte de Cristo, as personagens são as mais humanas do filme, pois de fato são as que mais parecem se importar com o que está acontecendo ali e seus performances são conviventes.


A Paixão de Cristo é de fato o filme definitivo do seu personagem título, a linguagem do filme, a demostração de autruismo do seu protagonista e seus ensinamentos são, mesmo para aqueles que crêem em outras religião, bem impactantes ao decorrer da obra, só que assista com estômago forte, pois o filme é retrato acurado do que tudo que é historicamente narrado a respeito da violência e do "gore" que Cristo sofreu, um filme muito bom, apesar de seu retrato as vezes esteriótipado dos outros personagens.



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